segunda-feira, 3 de junho de 2013

Minha história de leitora e escritora

Lendo as histórias destas pessoas famosas e dos meus colegas professores, fui lembrando coisas que já estavam adormecidas dentro de mim. Acho que se não fosse por essa tarefa, talvez nunca chegasse a relacionar essa minha história de vida à minha história de leitora e escritora.
Diferente dos depoimentos que li aqui, passei minha infância dentro de casa. Minha mãe nunca deixou que brincássemos na rua ou com outras crianças. Acho que por isso, gostava tanto de ir à escola. Era onde eu podia conviver com gente diferente e brincar... Por isso também aprender a ler foi uma forma de libertação. Também não cresci num lar de apaixonados por leitura. Vez ou outra aparecia um gibi ou livrinho em casa que eram logos devorados por mim e por minhas irmãs. E como eram poucos, líamos várias vezes o mesmo livro. Lembro-me de guardar gibis já com páginas faltando, como se fossem tesouros! 
Na adolescência, descobrimos a biblioteca pública de Jundiaí. Minha irmã e eu íamos toda semana de ônibus para buscarmos os livros da Ágatha Christie. Acho que li todos, menos um – “Cai o pano” - porque sabia que meu personagem favorito iria morrer. 
Quem me apresentou à Literatura Brasileira foi minha professora do Magistério, Eloa Bellini Gut. Entre as várias leituras que fez para nós, nunca pude esquecer as sensações que o conto Venha ver o pôr do sol, da Lygia Fagundes Telles, provocou em nós. Até hoje, sempre que posso, leio para meus alunos!
Quanto à escrita, desde bebê, via minha mãe escrevendo cartas para minhas tias. Para que eu a deixasse escrever, dava-me sempre papel e lápis e depois enviava meus rabiscos junto com a sua carta, no envelope. Aos 7, 8 anos, quando me alfabetizei mesmo, virei sua escriba, já que ela teve muito pouco estudo e tinha vergonha da própria caligrafia. Virei uma viciada em cartas. Escrevia para primos que nunca me respondiam, até que, aos 15 anos encontrei numa revista teen, endereços de pessoas do mundo todo que queriam trocar correspondência. Com o pouco de inglês que aprendi na escola, arrisquei-me a escrever para uma garota finlandesa de minha idade. Lembro-me da euforia que foi receber a resposta, da ansiedade para entender o texto todo. Mantivemos a amizade por uns cinco anos e depois acabamos parando de escrever. Nesta semana, consegui achá-la numa rede social e foi emocionante poder recordar nossa adolescência.


6 comentários:

  1. Eu também tinha o costume de escrever cartas para meus primos que moram no interior de São Paulo. Era muito bom esperar pela chegada do carteiro.

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  2. Muito bonito o seu depoimento. Quando adolescente, eu me correspondia com um rapaz morador de uma cidade próxima à minha e um dia ele foi aos jogos regionais e foi até a minha casa para me conhecer. Foi emocionante!

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  3. Olá, Wilma, você deve me passar seu e-mail pelo fórum para que eu a adicione.

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  4. Oi, já enviei o e-mail, dia 03/06, mas você não me enviou convite. O que aconteceu?

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