Sequência Didática da crônica "Meu primeiro beijo" de António Barreto
Público alvo: 9º Ano - 8ª série
Duração: 06 aulas
Objetivos:
Desenvolver
a competência leitora e escritora; ler para interpretar; ler com
fruição; reconhecer o gênero textual crônica e suas características.
Competências e habilidades:
conhecer e interpretar o gênero “crônica narrativa”; apreciar momentos
de leitura, análise, compreensão; recuperar o contexto de produção e
compreensão do texto por meio de levantamento prévio e hipóteses de
leitura, checagem das hipóteses, generalização, inferências (locais e
globais), apreciações estéticas e/ou afetivas relativas a valores ético e
políticos, recuperação do contexto de produção do texto.
Estratégias de leitura:
Conhecimentos Prévios
- Discussão sobre o gênero “Crônica”.
O que é uma crônica?
Vocês já leram alguma crônica?
Em quais veículos de publicação ela aparece?
Quais são os assuntos que geralmente são tratados nesse gênero?
- Discussão sobre a autora “Clarice Lispector”e Antônio Barreto
Alguém aqui já ouviu falar ou conhece alguns textos da autora Clarice Lispector e do autor António Barreto?
Quais os gêneros textuais que eles costumam produzir?
Vocês conhecem algum de seus textos? Quais?
Checagem de hipóteses e inferências locais e globais
- Exploração do título do texto “O primeiro beijo”, “Meu primeiro beijo”
O que vocês entendem por primeiro beijo?
Vocês já deram o primeiro beijo? Foi bom? Recordam onde ele aconteceu?
Qual o significado do primeiro beijo na vida de um adolescente?
- Leitura do texto “o primeiro beijo” de Clarice Lispector e “Meu primeiro beijo”-Antônio Barreto
Durante a leitura deverá haver alguns questionamentos para que o aluno realize hipóteses e inferências.
Recuperação do contexto de produção
Questionamentos sobre interpretações do texto lido:
Ao iniciar a leitura do texto você imaginou que o primeiro beijo do garoto tivesse acontecido com uma estátua? Por quê?
Onde
aconteceu o primeiro beijo dos personagens? Ele eram um casal de
adolescentes , do texto de Antônio Barreto e o texto era um menino numa
excursão com sua namorada, mas que em certo momento se depara a um
chafariz e acaba beijando uma estátua.Que sensação seria esta?Que
diferença de sentimentos?
Elaboração de apreciações estéticas e afetivas
Leia o seguinte trecho retirado do texto:
“Até
que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a
verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes
jamais sentido: ele...”
O que fez com o rapaz tivesse toda essa reação? Justifique sua resposta.
O
primeiro beijo no texto teve uma função muito importante para o
protagonista, qual foi essa função? Ela ocorre tanto para os meninos,
quanto para as meninas? Justifique sua resposta.
Percepção da relação de intertextualidade e relações de interdiscursividade
- Discutir sobre o texto lido e questionar os alunos se conhecem textos ou músicas com o mesmo tema..
O
educador deverá também apresentar aos alunos o quadro “O beijo” de
Gustav Klimt, pedir para que olhem atentamente para o quadro para que
possam responder oralmente os questionamentos:
O quadro mostra um homem beijando uma mulher no rosto, esse beijo pode ser considerado o primeiro? Por quê?
Elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas
A que época esse quadro se refere? Como chegaram a essa conclusão?
O que é mais marcante nesse quadro? Por quê?
O quadro revela sentimentos agradáveis referente ao beijo? Como chegaram a essa conclusão?
Gustav Klimt "O beijo".
Elaboração d e apreciações a valores éticos e afetivos
Em seguida, o professor deverá ler aos alunos o seguinte texto:
Gustav Klimt
(Viena, 1862-1918)
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1. Pede-se ao leitor que observe atentamente a reprodução de O Beijo.
Trata-se do símbolo da união entre os dois sexos ou da descrição da
concretização de um amor impossível? Repare-se que apesar de abraçadas,
as duas personagens mantêm uma certa distância, como se não estivessem
ligadas. A mulher limita-se a receber passivamente o beijo, com as
mãos crispadas e os dedos dos pés pressionados contra o rochedo. As
formas quadradas que ornamentam o homem e as circulares, que embelezam
a mulher, serão um indício de antagonismo ou, pelo contrário, de
complementaridade? Seja como for, uma subtil atmosfera erótica habita o
quadro, sagrando a mais famosa obra de Gustav Klimt. Estes elementos
presentes em O Beijo constituem aspectos principais na obra do pintor austríaco. De facto, a
sensualidade e erotismo do desenho, a elegância das formas, a
prodigalidade dos simbolismos e a beleza feminina, diversamente
combinados, sagram uma obra “excepcionalmente fascinante”.
2.
Gustav Klimt nasceu nos arredores da capital austríaca, a 14 de Julho
de 1862 podendo, portanto, contactar com o espírito de qualidade e
diversidade cultural que Viena encarnava no limiar no séc. XX, espírito
esse que se traduzia, forçosamente, num privilegiado fulcro para as
diversas artes. Mas Viena hesita; hesita entre a modernidade e a
tradição, entre a realidade e a utopia, entre o conservadorismo e
provocação. Assim, as relações entre a cidade e o seu melhor pintor
nem sempre serão pacíficas. Viena é propícia à criação, mas não sem
antes uma afirmação premente de revolta contra os preconceitos e tabus
vienenses.
Klimt
é o segundo de sete filhos de um artista cinzelador e gravador.
Apenas com catorze anos já frequentava a Escolas de Artes Decorativas de
Viena, na qual permaneceu sete, período que lhe chegou para aprender
as várias técnicas que vão desde o mosaico à pintura. Em 1880,
juntamente com um seu irmão, Franz Matsch, começa a trabalhar nas
alegorias encomendadas para o Palácio Sturany, na capital austríaca.
Em 1886, os irmãos Gustav, Ernest e Matsch são convidados a pintar
cenas da história do teatro no frontão e nos revestimentos do tecto
das escadarias do Burgtheater. Por essa altura, o trabalho de Klimt
começa a distanciar-se do dos irmãos. Mais maduro, o pintor não se
limita a introduzir os motivos clássicos nas suas obras, antes as
enriquece com uma precisão fotográfica que claramente as distingue das
demais.
Em
1888, Klimt recebe a Cruz de Ouro de Mérito Artístico das mãos do
imperador Francisco José, fruto do reconhecimento dos trabalhos
decorativos desenvolvidos no Burgtheater. No entanto, o
Ministro da Cultura não hesita em recusar a sua nomeação como
professor na Academia de Belas-Artes, em 1893. Por esta altura a obra
de Klimt começa a escandalizar. A representação da mulher na sua
intimidade e o erotismo nem sempre subtil são demasiado provocadores
para a burguesia ou para os intelectuais vienenses. Estes últimos
criticam ferozmente uma alegoria de Klimt, que posteriormente, oh,
ironia!, vence uma medalha de ouro na Exposição Universal de Paris.
Eis
que chega então o momento da revolta oficial contra a “hora da
hipocrisia” que se vive em Viena. “Eu quero ser livre e recuso toda a
ajuda do Estado!”, afirma Klimt., no ano de 1897, altura em que é
eleito presidente do movimento secessionista. Nesse período, as
exposições sucedem-se e com elas vêm as críticas. O reconhecimento,
não virá, de facto, da sua cidade natal, que se recusa a aceitar o
princípio secessionista do “a cada arte a sua liberdade”.
Após
a morte da mãe, em 1915, a paleta de Klimt torna-se sombria, com
clara tendência monocromática. Ao pintor também não resta muito tempo de
vida. Um ano após ser finalmente eleito membro para a Academia das
Belas-Artes de Viena, em 1917, falece de apoplexia, deixando inúmeras
obras inacabadas.
3.
Quando questionado acerca da inexistência de um auto-retrato, Klimt
respondeu o seguinte: “Não me interesso pela minha pessoa enquanto
objecto para um quadro, interesso-me mais, em primeiro lugar, pelas
outras pessoas, sobretudo femininas. Estou convicto de que como ser
humano não sou uma pessoa interessante. Sou pintor e pinto todos os
dias, de manhã à noite, figuras humanas, paisagens e raramente
retratos. Se alguém quiser saber algo sobre mim como pintor – que a
única coisa que vale a pena ser considerada – esse alguém que observe
atentamente as minhas obras e procure descobrir o que eu sou e o que
quero”.
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"O beijo"
Gustav Klimt
Atividades a serem realizadas
Após a leitura, o educador deverá solicitar aos alunos que respondam as seguintes questões:
Tanto a primeira, quanto a segunda e a terceira obra abordam o mesmo assunto. Entretanto, quais são as diferenças entre as Três?
Quais das três obras você se identificou mais? Justifique sua resposta.
Qual é a diferença do assunto abordado pelas três obras antigamente e na sociedade atual?
- Produção coletiva.
Após realizar todas as discussões, o professor deverá propor aos alunos que realizem uma produção coletiva de uma crônica sobre o tema “Primeiro beijo”.
- Produção final (Individual).
Neste momento os alunos já terão discutiram sobre o tema e sobre diferentes gêneros, portanto os alunos deverão realizar uma produção individual para que o docente possa analisar o avanço dos alunos sobre o que foi trabalhado.e também realizar a pintura de uma tela ou produção de um desenho.
Bibliografia:
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.
http://pensador.uol.com.br/clarice_lispector_o_primeiro_beijo/
(In "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998)
(In "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998)
DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard et al. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). In: ______. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2012. p. 35-60.
ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. In: Curso EaD/EFAP. Leitura e escrita em contexto digital – Programa Práticas de leitura e escrita na contemporaneidade. 2012.
EETI Mario Pereira Pinto
Cíntia Luzia Santos Fantini
Gisela de Cássia Cardoso de Moraes
Wilma Ioli Ribeiro Silva
Escola Estadual Silva Junior
Clara Vito Vieira – clarinhavito@hotmail.com
Adriana Elisa Sabadim Tarquini
EE Duílio Maziero
Raphaela Ianaconi Di Dario
EE Frei Dagoberto Romag
Karina Marin Arado de Aguiar
Grupo de professores do encontro on line
Suely Cristina de Souza Santos
Tânia Cristina Correia Pereira de Oliveira
Valéria Maria de Santana Lopes
Vanilsa Dangeli
Wilma Ioli Ribeiro Silva
Meninas, com a ajuda do meu filhão, aprendi que - clicando no texto - aparece "uns quqadradinhos" - então, cliquei duas vezes no quadradinho lateral, à direita, e arrumei a margem. Simples assim...rs. Abraços.
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