quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sequência Didática da crônica "Meu primeiro beijo" de António Barreto
Público alvo: 9º Ano - 8ª série
Duração: 06 aulas
Objetivos:
Desenvolver a competência leitora e escritora; ler para interpretar; ler com fruição; reconhecer o gênero textual crônica e suas características.
Competências e habilidades:  conhecer e interpretar o gênero “crônica narrativa”; apreciar momentos de leitura, análise, compreensão;  recuperar o contexto de produção e compreensão do texto por meio de levantamento prévio e hipóteses de leitura, checagem das hipóteses, generalização, inferências (locais  e globais), apreciações estéticas e/ou afetivas relativas a valores ético e políticos, recuperação do contexto de produção do texto.
Estratégias de leitura: 
Conhecimentos Prévios 
- Discussão sobre o gênero “Crônica”.

O que é uma crônica?
Vocês já leram alguma crônica?
Em quais veículos de publicação ela aparece?
Quais são os assuntos que geralmente são tratados nesse gênero?
- Discussão sobre a autora “Clarice Lispector”e Antônio Barreto 
Alguém aqui já ouviu falar ou conhece alguns textos  da autora Clarice Lispector e do autor António Barreto?
 Quais os gêneros textuais que eles costumam produzir?

Vocês conhecem algum de seus textos? Quais?
Checagem de hipóteses e inferências locais e globais 
- Exploração do título do texto “O primeiro beijo”, “Meu primeiro beijo” 
O que vocês entendem por primeiro beijo?
Vocês já deram o primeiro beijo? Foi bom? Recordam onde ele aconteceu?
Qual o significado do primeiro beijo  na vida de um adolescente?

 - Leitura do texto “o primeiro beijo” de Clarice Lispector e “Meu primeiro beijo”-Antônio Barreto 
Durante a leitura deverá haver alguns questionamentos para que o aluno realize hipóteses e inferências.

Recuperação do contexto de  produção 
Questionamentos sobre interpretações do texto lido: 
Ao iniciar a leitura do texto você imaginou que o primeiro beijo do garoto tivesse acontecido com uma estátua? Por quê?
Onde aconteceu o primeiro beijo dos personagens? Ele eram um casal de adolescentes , do texto de Antônio Barreto  e o texto era um menino numa excursão com sua namorada, mas que em certo momento se depara a um chafariz e acaba beijando uma estátua.Que sensação seria esta?Que diferença de sentimentos?
Elaboração de apreciações estéticas e afetivas 
Leia o seguinte trecho retirado do texto:
“Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...”
O que fez com o rapaz tivesse toda essa reação? Justifique sua resposta.
O primeiro beijo no texto teve uma função muito importante para o protagonista, qual foi essa função? Ela ocorre tanto para os meninos, quanto para as meninas? Justifique sua resposta.
Percepção da relação de intertextualidade e relações de interdiscursividade 
 - Discutir sobre o texto lido e questionar os alunos se conhecem textos ou músicas com o mesmo tema..
O educador deverá também apresentar aos alunos o quadro “O beijo” de Gustav Klimt, pedir para que olhem atentamente para o quadro para que possam responder oralmente os questionamentos: 
O quadro mostra um homem beijando uma mulher no rosto, esse beijo pode ser considerado o primeiro? Por quê?
Elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas
A que época esse quadro se refere? Como chegaram a essa conclusão?
O que é mais marcante nesse quadro? Por quê?
O quadro revela sentimentos agradáveis referente ao beijo? Como chegaram a essa conclusão?
Gustav Klimt "O beijo".
  
Elaboração d e apreciações a valores éticos  e afetivos 

 

Em seguida, o professor deverá ler aos alunos o seguinte texto:
Gustav Klimt  
(Viena, 1862-1918) 
1. Pede-se ao leitor que observe atentamente a reprodução de O Beijo. Trata-se do símbolo da união entre os dois sexos ou da descrição da concretização de um amor impossível? Repare-se que apesar de abraçadas, as duas personagens mantêm uma certa distância, como se não estivessem ligadas. A mulher limita-se a receber passivamente o beijo, com as mãos crispadas e os dedos dos pés pressionados contra o rochedo. As formas quadradas que ornamentam o homem e as circulares, que embelezam a mulher, serão um indício de antagonismo ou, pelo contrário, de complementaridade? Seja como for, uma subtil atmosfera erótica habita o quadro, sagrando a mais famosa obra de Gustav Klimt. Estes elementos presentes em O Beijo constituem aspectos principais na obra do pintor austríaco. De facto, a sensualidade e erotismo do desenho, a elegância das formas, a prodigalidade dos simbolismos e a beleza feminina, diversamente combinados, sagram uma obra “excepcionalmente fascinante”.

2. Gustav Klimt nasceu nos arredores da capital austríaca, a 14 de Julho de 1862 podendo, portanto, contactar com o espírito de qualidade e diversidade cultural que Viena encarnava no limiar no séc. XX, espírito esse que se traduzia, forçosamente, num privilegiado fulcro para as diversas artes. Mas Viena hesita; hesita entre a modernidade e a tradição, entre a realidade e a utopia, entre o conservadorismo e provocação. Assim, as relações entre a cidade e o seu melhor pintor nem sempre serão pacíficas. Viena é propícia à criação, mas não sem antes uma afirmação premente de revolta contra os preconceitos e tabus vienenses.

Klimt é o segundo de sete filhos de um artista cinzelador e gravador. Apenas com catorze anos já frequentava a Escolas de Artes Decorativas de Viena, na qual permaneceu sete, período que lhe chegou para aprender as várias técnicas que vão desde o mosaico à pintura. Em 1880, juntamente com um seu irmão, Franz Matsch, começa a trabalhar nas alegorias encomendadas para o Palácio Sturany, na capital austríaca. Em 1886, os irmãos Gustav, Ernest e Matsch são convidados a pintar cenas da história do teatro no frontão e nos revestimentos do tecto das escadarias do Burgtheater. Por essa altura, o trabalho de Klimt começa a distanciar-se do dos irmãos. Mais maduro, o pintor não se limita a introduzir os motivos clássicos nas suas obras, antes as enriquece com uma precisão fotográfica que claramente as distingue das demais.

Em 1888, Klimt recebe a Cruz de Ouro de Mérito Artístico das mãos do imperador Francisco José, fruto do reconhecimento dos trabalhos decorativos desenvolvidos no Burgtheater. No entanto, o Ministro da Cultura não hesita em recusar a sua nomeação como professor na Academia de Belas-Artes, em 1893. Por esta altura a obra de Klimt começa a escandalizar. A representação da mulher na sua intimidade e o erotismo nem sempre subtil são demasiado provocadores para a burguesia ou para os intelectuais vienenses. Estes últimos criticam ferozmente uma alegoria de Klimt, que posteriormente, oh, ironia!, vence uma medalha de ouro na Exposição Universal de Paris.

Eis que chega então o momento da revolta oficial contra a “hora da hipocrisia” que se vive em Viena. “Eu quero ser livre e recuso toda a ajuda do Estado!”, afirma Klimt., no ano de 1897, altura em que é eleito presidente do movimento secessionista. Nesse período, as exposições sucedem-se e com elas vêm as críticas. O reconhecimento, não virá, de facto, da sua cidade natal, que se recusa a aceitar o princípio secessionista do “a cada arte a sua liberdade”.

Após a morte da mãe, em 1915, a paleta de Klimt torna-se sombria, com clara tendência monocromática. Ao pintor também não resta muito tempo de vida. Um ano após ser finalmente eleito membro para a Academia das Belas-Artes de Viena, em 1917, falece de apoplexia, deixando inúmeras obras inacabadas.

3. Quando questionado acerca da inexistência de um auto-retrato, Klimt respondeu o seguinte: “Não me interesso pela minha pessoa enquanto objecto para um quadro, interesso-me mais, em primeiro lugar, pelas outras pessoas, sobretudo femininas. Estou convicto de que como ser humano não sou uma pessoa interessante. Sou pintor e pinto todos os dias, de manhã à noite, figuras humanas, paisagens e raramente retratos. Se alguém quiser saber algo sobre mim como pintor – que a única coisa que vale a pena ser considerada – esse alguém que observe atentamente as minhas obras e procure descobrir o que eu sou e o que quero”.


"O beijo"



Gustav Klimt


Atividades  a serem realizadas 



Após a leitura, o educador deverá solicitar aos alunos que respondam as seguintes questões: 



Tanto a primeira, quanto a segunda e a terceira obra  abordam o mesmo assunto. Entretanto, quais são as diferenças entre as Três?



Quais das três obras você se identificou mais? Justifique sua resposta.



Qual é a diferença do assunto abordado pelas três obras antigamente e na sociedade atual?



- Produção coletiva. 

Após realizar todas as discussões, o professor deverá propor aos alunos que realizem uma produção coletiva de uma crônica sobre o tema “Primeiro beijo”.

- Produção final (Individual). 

Neste momento os alunos já terão discutiram sobre o tema e sobre diferentes gêneros, portanto os alunos deverão realizar uma produção individual para que o docente possa analisar o avanço dos alunos sobre o que foi trabalhado.e também realizar a pintura de uma tela ou produção de um desenho.

Bibliografia:

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.

http://pensador.uol.com.br/clarice_lispector_o_primeiro_beijo/
(In "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998)

DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard et al. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). In: ______. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2012. p. 35-60.

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. In: Curso EaD/EFAP. Leitura e escrita em contexto digital – Programa Práticas de leitura e escrita na contemporaneidade. 2012.

EETI Mario Pereira Pinto

Cíntia Luzia Santos Fantini

Gisela de Cássia Cardoso de Moraes

Wilma Ioli Ribeiro Silva  

                   
Escola Estadual Silva Junior                                                  

Clara Vito Vieira – clarinhavito@hotmail.com

Adriana Elisa Sabadim Tarquini

EE Duílio Maziero

Raphaela Ianaconi Di Dario

EE Frei Dagoberto Romag

Karina Marin Arado de Aguiar

Grupo de professores do encontro on line
Suely Cristina de Souza Santos
Tânia Cristina Correia Pereira de Oliveira
Valéria Maria de Santana Lopes
Vanilsa Dangeli
Wilma Ioli Ribeiro Silva

terça-feira, 18 de junho de 2013

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM: LEITURA DO CONTO “PAUSA” DE MOACYR SCLIAR



Público-alvo: 8ª série - 9º ano

Tempo previsto: 4 aulas

Conteúdos e temas: leitura do conto.

Competências e habilidades: desenvolver as capacidades de leitura (ativação de conhecimentos prévios; antecipação ou predição; checagem de hipóteses; localização de informações; comparação de informações; generalizações; produção de inferências locais; produção de inferências globais; recuperação do contexto de produção; definição de finalidades e metas da atividade da leitura; percepção das relações de intertextualidade; percepção das relações de interdiscursividade; percepção de outras linguagens; elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas; elaboração de apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos.)

Estratégias: aula interativa, com a participação dialógica do aluno, com a preparação e conhecimento de conteúdos e estratégias por parte do professor, leitura em voz alta feita pelo professor.

Recursos: texto impresso, audiovisual.

Avaliação: observação das respostas dadas pelos alunos às questões feitas pelo professor.

Roteiro para aplicação da situação de aprendizagem

Passo 1- A atividade a seguir tem o objetivo de ativar os conhecimentos prévios.  Antes da leitura, o professor pergunta:

a)   O que vocês sabem sobre crônica?
b)   Em que veículo de comunicação o texto circula?
c)   Vocês conhecem o escritor Moacir Scliar?  
d)   O que sugere a palavra pausa referente no título do texto?
e)   De que tipo de pausa vocês acham que o texto vai tratar?

Passo 2- O professor inicia então a leitura do conto, fazendo pausas e perguntando sobre significados  de palavras ou referentes dos pronomes (produção de inferências locais).

Pausa

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz. — Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
- Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente... - Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.
- Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
- Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.

Para que o aluno faça levantamento de hipóteses, o professor faz uma pausa aqui e pergunta:

f)    Onde a personagem está indo?

Para que seja feita a checagem das hipóteses, o professor continua então a leitura:

Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente:ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.
Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
- Já vai, seu Isidoro?
- Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
- Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.
- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.
- O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo. Samuel saiu. Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa. ¨

Passo 3- Após a leitura, para estimular o aluno a comparar as informações presentes no texto, o professor solicita aos alunos:  

g)   Expliquem a contradição destas expressões, referentes ao comportamento de Samuel:
“Não há tempo.”, “Estou com pressa.” e “...guiava lentamente. Parou um instante...”

Para que os alunos exercitem a capacidade da generalização, o professor faz a seguinte questão:

h)   O que você imaginou que Samuel estava fazendo quando mentia para a esposa sobre onde passava os domingos?

Se eles disserem que achavam que ele estava traindo a esposa, questione:

i)     Por que será que a maioria das pessoas pensa assim?

Para que o aluno produza inferências globais, questione:

j)     Vocês imaginam quem são as mulheres gordas? Por que elas o chamam?

Passo 4 - A fim de que o aluno perceba as relações de intertextualidade, o professor apresenta a música: “Cotidiano”, de Chico Buarque:

k)   Qual a relação de “pausa” nos dois textos?

Passo 5 - Outra atividade para que o aluno perceba as relações de intertextualidade será a exibição do filme “Click” em que o protagonista também quer fugir de algo.

l)     Os protagonistas do conto e do filme estão “pausando” sua vida para fugir de algo. Do que fogem? Comente.

Passo 6 -  Para estimular o aluno a elaborar apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos, o professor questiona:

m)  Comente a atitude do marido ao mentir para a esposa todos os domingos. É correto? Justifique sua resposta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SSS: CENP, 2004. Texto apresentado em Congresso realizado em maio de 2004.
Alfredo Bosi, org. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1977. P. 275)
Música Cotidiano, de Chico Buarque,  disponível em:  
CLICK (filme). Frank Coraci, 2006.


Grupo de professores do encontro presencial:
Ana Lúcia Matthiesen Zutin
Andriws
Angela Maria de Santis
Carla R. B. Maffasoli
Célia Regina Custódio de Lima
Claudete Gonçalves Pires dos Santos
Denise Regina Denuncio
Edna Santos Mition
Franscislene de F. Naves
Maria Zélia R. Batista
Marilda Maisi
Marta Elisa Bueno Dias
Meiryellen Herling
Odirléia Regina Rimes de Souza
Rosane dos Santos
Sandra Maria Martins
Sandra R. S. Scheledorn
Suely Cristina de Souza Santos

Grupo de professores do encontro online
Suely Cristina de Souza Santos
Tânia Cristina Correia Pereira de Oliveira
Valéria Maria de Santana Lopes
Vanilsa Dangeli
Wilma Ioli Ribeiro Silva






Sequência Didática do conto "Pausa" de Moacys Scliar

Objetivos

  • desenvolver a competência leitora e escritora;
  • desenvolver familiaridade com o gênero “conto”; 
  • ampliar o repertório de contos; 
  • estimular o gosto pela leitura. 
Público alvo: 9º ano – 8ª série

Tempo previsto: 6 aulas 

Conteúdos e temas

  • Exploração e inferência do título do conto;
  • Leitura do conto “Pausa” de Moacyr Scliar. 
Competências e habilidades 

Desenvolver as capacidades de leitura (compreensão, apreciação e réplica do leitor em relação ao texto). 


Ao final desse processo, o aluno deve ser capaz de: conhecer as características de um conto, ampliar sua capacidade leitora e dar ênfase na compreensão e no entendimento do texto.

Estratégias 

  •  Leitura oral e compartilhada do conto;
  •  Discussão provocada pela leitura e análise do conto; 
  • Elaboração de paráfrase; 
  • Análise comparativa com outros gêneros que abordem a mesma temática. 
Recursos

Audiolivro e texto impresso;Data-show. 

Avaliação 

Participação do aluno em todas as etapas da análise textual.

  Ativação de conhecimentos prévios

Quanto ao portador: 

O professor pode iniciar mostrando aos alunos a obra “Pausa - 25 contos de Moacyr Scliar” e levantar alguns questionamentos: 

 


  •   Como se trata de um audiolivro, que diferenças podem ser encontradas nesse formato em relação ao livro escrito?
  •  Qual a sua função social? 
  • Esse formato pode atender algum público específico?
Quanto ao autor e sua obra

  • Já ouviram falar do autor? 
  • Já leram algum texto de sua autoria? 
Quanto ao gênero 

  • O que você sabe sobre o gênero “conto”? 
  • Que características apresenta esse tipo de narrativa? 
  •  Você se recorda de algum conto que já tenha lido ou ouvido? 
Outros indicadores 

  • Atentar ao título, ilustração, ressaltando que os mesmos remetem ao conto sobre o qual farão a leitura; 
  • Esclarecer que essa estratégia comum em coletâneas; 
  • Leitura da contra-capa a fim de introduzi-los na temática da coletânea e no estilo do autor.
Antecipação ou predição de conteúdos ou propriedades dos textos. O texto base estará no formato escrito. 

Levantamento de hipóteses a partir da leitura do título do texto base 

  • Título: Pausa 
  • Que associação podemos fazer sobre o termo “Pausa”? 
  •  Em que situações fazemos uma pausa, para quê? 
  •  Por meio do título é possível antecipar o conteúdo do texto? 
  •  Tendo como base esse título o que é possível imaginar que acontecerá na história?
Levantamento e checagem de hipóteses serão feitos ao longo da leitura. 

 Leitura do primeiro, segundo e terceiro parágrafo. 

 - Por que a personagem colocou o relógio para despertar? -Em que dia da semana, provavelmente tenha se passado esse fato? Por quê?

 Leitura do 4, 5 6 7 8 9 10 parágrafo -Por que ele sai cedo todos os domingos? -Onde ele poderia ir? -O que você entende por “azedume na voz”? -Como você imagina que seja a esposa?

 Leitura dos parágrafos 11, 12 -Por que ele estacionou numa travessa quieta a duas quadras de seu destino? -Qual seria o seu destino? -Por que ele hesita e entra no hotel furtivamente?

 Leitura dos parágrafos 14 e 15 -Por que o gerente o conhece? -Por que o chama de Isidoro? -O que seria “o de sempre” a que o gerente se refere?

 Leitura dos parágrafos 16 e 17 -Quem seriam as duas mulheres? -Você acha que ele entrou no quarto de um delas?

 Leitura dos parágrafos 18, 19 - Por que ele teria fechado as cortinas e colocado o relógio para despertar? 

 Leitura dos parágrafos 21, 22, 23 Leitura do 24, 25 26, 27, 28, 29, 30, 31 -Para onde ele deve ir depois de sair do hotel? 

Conclusão da leitura do parágrafo 32. 

  Localização e/ou cópia de informações 

Em que trecho do texto podemos perceber a desaprovação da mulher quanto ao fato de o marido sair num domingo? 

O marido se justifica de maneira amigável? Justifique com um trecho do texto.

  Produção de inferências locais

Qual o sentido das palavras em destaque nas frases abaixo?

“As ruas ainda estavam úmidas de cerração” 

“ Olhou para os lados e entrou furtivamente”. 

A palavra em destaque foi empregada a fim de evitar a repetição de uma palavra já mencionada anteriormente. Qual? 

“– Aqui, meu bem!- uma gritou, e riu:um cacarejo curto.

  Produção de inferências globais

Na frase “A mulher coçava a axila esquerda.” O que denota essa atitude da esposa? Como seria o relacionamento entre o casal? De cumplicidade e respeito ou indiferença? Que indícios o levam a levantar essa hipótese? 

Recuperação do contexto de produção; definição de finalidades e metas da atividade de leitura: 

Qual a funçao social do texto? Onde esse tipo de texto pode ser encontrado? 

  Percepção de relações de intertextualidade 

Leitura do texto “Circuito fechado” de Ricardo Ramos que também aborda o cotidiano, a rotina de uma pessoa. "Circuito Fechado" é uma crônica - um texto narrativo curto, cujo tema é o cotidiano e que leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos, o autor produziu um texto que termina onde começou. Essa estrutura circular tem relação com o título ("Circuito fechado") e com os dias atuais? Sem dúvida nenhuma, podemos compreender suas relações. O cotidiano repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia, é a rotina. Ressaltar que o conto Pausa, apesar de mostrar a fuga de uma rotina, não se desvincula dela, pois usa o relógio para controlar o tempo.

 Circuito Fechado -  Ricardo Ramos

     Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. 


 Exibição do filme " Click". Ressaltar que o protagonista também quer fugir de algo. No caso do conto Pausa, Samuel faz uma pausa para poder descansar, no filme a personagem também pausa o que lhe convém.


  Referências bibliográficas 

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. In: Curso EaD/EFAP. Leitura e escrita em contexto digital – Programa Práticas de leitura e escrita na contemporaneidade. 2012. 

SCLIAR, Moacyr e ORISTÂNIO, Giuseppe.Pausa - 25 contos de Moacyr Scliar - Audiobook. 

RAMOS, Ricardo.Circuito Fechado. Editora Biblioteca Azul.

 Integrantes do curso presencial

Ana Maria Pavan 

Roseli Favrin Basílio 

Vanilsa Dangeli 

Valéria M. Santana Lopes

 Gláucia Ap. Dutra 

Márcia Ap. Leme dos Santos


 Integrantes do grupo 8 

Suely Cristina de Souza Santos 

Tânia Cristina Correia Pereira de Oliveira 

Valéria Maria de Santana Lopes

 Vanilsa Dangeli

 Wilma Ioli Ribeiro Silva